sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Nandos

Esta semana deu-me uma vontade louca de comer um frango de churrasco. Às vezes é desta maneira que as saudades do nosso país se manifestam, e damos valor ao que é nosso!
A única solução para o meu problema foi ir a correr ao Nandos mais próximo. Esta cadeia de restaurantes nasceu na África do Sul, pelas mãos de descendentes portugueses e existe em vários países. Como é evidente, não há em Portugal. É como ir ao Mcdonalds, mas em vez de hambúrgueres há frango com piri-piri!

E não, não tem nada a ver com os frangos de churrasco que eu comia em Portugal. Que saudades de ir ao Bar Oceano ou à Zefa! Mas aqui tão longe de casa não me restou outra opção.

É engraçado ver a decoração com referências à lenda do Galo de Barcelos ou um obrigada à saída da porta, mas não passa disso:( É apenas mais um restaurante de fast food, onde ninguém fala português e onde a comida é tudo menos portuguesa. Não deu para matar as saudades, pelo contrário, só serviu para sentir mais a falta dos petiscos a que estava tão bem habituada....

 

Infelizmente, e apesar de viverem cerca de 8000 portugueses nesta área, não há um único restaurante português. Já houve no passado mas sem sucesso. Os australianos não gostam de perder tempo sentados a comer num restaurante de faca e garfo. Os portugueses são críticos/orgulhosos demais para irem a um restaurante português e pagarem o mesmo que em qualquer outro restaurante:(

E é por essa razão que quando eu falo de Portugal, as pessoas daqui não sabem nada sobre a nossa maravilhosa gastronomia e com um sorriso do tamanho do mundo me dizem que comida portuguesa é Nandos e o seu frango com piri-piri!!

domingo, 22 de setembro de 2013

sábado, 21 de setembro de 2013

Mission Impossible

Não há maneira de eu atinar com isto! 
Cada vez que entro num carro aqui vou SEMPRE para o lugar do condutor...


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Map Pacific Centered

Após trinta anos a ver o mundo sempre da mesma maneira, eis que me surpreendo quando me deparo com os mapas daqui!

É muito estranho pensar no Globo assim, Portugal está quase escondido. Não admira que eles não saibam onde fica este país!!



sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Momentinho da semana....

Ir a um café e deparar-me com uns Pastéis de Belém: 
- "Uau! Nem acredito que há destas coisas aqui na Austrália!"


Depois olhar para o preço e dar meia volta a assobiar pró ar: 
- "Ah! De certeza que não valem nada!"

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Os aborígenes

Hoje apareceu lá no restaurante um aborígene. Confesso que pensei que era indiano. O patrão estava comigo e atendeu-o. Pediu dois sumos para beber na hora, pediu take-away e ainda pediu para chamar um táxi. Enquanto esperava pela comida, entrava e saía do restaurante. O meu patrão, mal pôde disse-me para estar sempre alerta e na defensiva com eles. Para lhes dar sempre o que eles queiram sem rodeios, guardando dispositivos electrónicos que estejam à vista e tendo sempre uma caneta na mão como arma de defesa. Que não eram todos iguais, mas que muitos geram conflitos e apesar de na lei nada estar escrito, os aborígenes eram protegidos pela comunidade.

Não tenho a certeza, mas penso que o patrão não lhe cobrou o take-away. Disse que ninguém quer ter problemas com aborígenes e que eles são vingativos e por isso não querem ter chatices com a lei. Penso que têm medo deles..

A verdade é que este assunto é bastante controverso. Há muitos séculos atrás, também nós europeus escravizamos africanos e eles não são protegidos, muito pelo contrário. A questão na Austrália, é que tudo é muito recente, há 100 anos atrás ainda se escravizavam aborígenes. O governo australiano, como que a desculpar-se por ter invadido a terra deles e os ter maltratado, dá-lhes bastantes benefícios. Não são obrigados a trabalhar, mas se quiserem trabalhar tem prioridade em relação a qualquer outro australiano. Recebem casas e subsídios (tipo Rendimento Social de Inserção) e têm descontos nos transportes públicos. Os responsáveis pelas minas que existem no interior da Austrália pagam rendas chorudas aos aborígenes a quem aquela terra pertencia, e muitos não sabem ler nem escrever!

Já vi ouvi alguns australianos a queixarem-se dos aborígenes e eu própria já assisti a desacatos na rua e em transportes públicos. Deverão ser considerados como cidadãos normais ou pelo contrário, o que os brancos fizeram é motivo para os aborígenes terem tratamento especial?



sábado, 7 de setembro de 2013

Podia dar-lhes para pior #1

Um pouco a copiar os americanos, na Austrália também é possível personalizar as matrículas dos automóveis.
Já vi coisas engraçadas e outras bem pirosas. Vou começar a postar algumas das matrículas que encontro.
Aqui fica o primeiro exemplo:


terça-feira, 3 de setembro de 2013

O mundo é mesmo pequeno!

Quando cá cheguei trazia apenas um número de telefone de uma pessoa portuguesa que eu não conhecia e que nos iria buscar ao aeroporto.
Não conhecia ninguém que vivesse nesta parte do mundo, nem tampouco sabia se havia muitos portugueses.
Ao fim de algumas semanas já tinha conhecido alguns portugueses, todos eles a viver na Austrália há pelo menos vinte anos e todos eles na zona de Fremantle.
Certo dia ia no autocarro com o R. e ele ia a falar ao telefone com o Z., um dos portugueses de Fremantle. O R. ia para a escola e seguiu viagem enquanto eu saí na paragem de casa. Mal saio do bus, oiço alguém a perguntar-me: -És Portuguesa?Do Norte?
Com espanto viro-me, respondo que sim e um grande sorriso ilumina-se na cara da pessoa. Dois dedos rápidos de conversa e percebemos que somos da mesma cidade e freguesias vizinhas. As nossas mães conhecem-se e chegamos à conclusão de que ainda somos parentes afastadas.
O melhor de tudo, a C. também é engenheira civil e já trabalha na Austrália há uns anos!! 
Os seus cartões profissionais acabaram e ela convida-me para ir à sua casa buscar mais. O marido está fora em viagem, e como o dia lhe tinha corrido mal, pergunta-me se eu não lhe quero fazer companhia ao jantar. Agradeço e fico. Começamos a conversar como se já nos conhecêssemos há muitos anos. Entretanto o R. termina a aulas e vem juntar-se a nós. A noite continua até quase às 2h da madrugada, acompanhada de bom vinho australiano e termina com queijo e marmelada! 
O mundo é pequeno e não há coincidências! Continuamos a encontrar-nos regularmente, e comecei a dar aulas de português à N., a filha da C. que tem 9 anos.



P.S. - Nessa noite ainda pude trazer para casa uns exemplares recentes da Aurora do Lima. Sabe bem matar as saudades, nem que seja com um jornal:)