sábado, 14 de junho de 2014

Portugueses em Malaca

Não estava nos nossos planos ir a Malaca mas a verdade é que repentinamente tivemos saudades de casa e a possibilidade de encontrar vestígios do nosso outrora grande império pesou nas nossas mentes.

Como podíamos estar na Malásia e não ir visitar a tão conhecida Malaca?

A escolha foi simples, em vez de um comboio directo a Singapura, optamos por viajar de autocarro. Malaca fica 4 horas a sul de Kuala Lumpur e a caminho de Singapura. Os transportes públicos neste país são confortáveis e muito baratos. 

Chegados ao nosso destino, procuramos um táxi. A Malásia não tem a regra dos taxímetros, é necessário negociar o preço previamente com o motorista. Assim sendo, uma mulher (muçulmana e a usar niqab) taxista levou-nos ao centro histórico por 20 ringgits.

Quando chegamos à entrada d'A Famosa, iluminaram-se os nossos sorrisos pois o que não faltavam era referências ao nosso Portugal.

A Dutch Square é a icónica praça com a igreja vermelha por onde circulam os coloridos tuk tuk's tentando aliciar turistas para uma visita guiada à cidade. 

Os portugueses foram os primeiros a cá chegar e ficar, seguidos dos holandeses e por fim todo o país se tornou uma colónia inglesa. Hoje em dia, a comunidade chinesa é a que está em maioria.

Os portugueses são bastante respeitados aqui, e quando dizíamos de onde éramos, havia sempre quem fizesse a festa.

Quando chegamos ao Portuguese Settlement para jantar fomos recebidos em euforia pelos portugueses de Malaca, como eles se intitulavam:) todos eles falavam um português razoável, e não, não eram emigrantes. A pele escura, olhos achinesados e apelido "da Silva" ou "Almeida" não deixavam margens para dúvidas, aqueles portugueses eram descendentes de descendentes de descendentes dos portugueses da época quinhentista!

E como eles tinham orgulho de serem portugueses de Malaca! Foi-nos servido peixe à portuguesa, que para nós era mais ao modo asiático, bem abusado de especiarias.

Inesperadamente, foi a noite em que nos sentimos mais em casa desde que deixámos o nosso país. Do outro lado do mundo, rodeados de restaurantes com nomes portugueses, em amena cavaqueira na nossa língua com malaios de origem portuguesa e a comer um belo de um peixe bem preparado. 

São estas surpresas que me fazem querer continuar a ver o mundo...

Malaca, cidade património mundial da UNESCO

À entrada d'A Famosa, forte português que ainda resiste ao passar dos tempos

A Porta de Santiago

O centro da cidade

O que resta do império

Um dos muitos casamentos tradicionais que vi naquele dia a tirar as fotos da praxe

A beira-rio fazia lembrar os canais de Veneza

A Dutch Square também é carinhosamente chamada de Red Square (não confundir com a de Moscovo)

Muito peculiar e dona de uma beleza rara, a Igreja Cristã Holandesa

Não podia faltar a réplica da nau portuguesa:)

Bairro de Chinatown

Que orgulho em ser Português!

Um dos 10 restaurantes do Settlement 

Peixe à moda de Malaca, amêijoas e cerveja Tiger:)

Um privilégio ter uma casinha virada para os canais

Tuk tuk's à espera de clientes

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Becoming Australian

Acabei de receber a minha carta de condução australiana! 

Além de estar apta a conduzir (à esquerda) já vou poder sair à noite sem ter de levar o meu passaporte para entrar em qualquer bar ou pub e também já vou poder comprar coisas sem que me perguntem qual o visto que tenho.

Nem acreditam como este simples cartãozinho me vai facilitar a vida! One step closer....


sábado, 3 de maio de 2014

A grande aventura em Java!

Após 1h de voo, 3h de estrada, 4h de sono (mal dormido) dentro do carro e 1h30 de jipe todo-o-terreno às quatro da madrugada montanha acima, eis o resultado deste esplêndido nascer do sol na Ilha de Java:

Vista do monte Penanjakan, sobre os vulcões (super activos) 
Bromo, Semaru e Batok, às 6h da manhã

Dos locais mais incríveis que já vi até hoje e do qual nunca tinha ouvido falar antes! 
A experiência continuou após o nascer do sol com a subida à cratera do vulcão mais fumegante, o Bromo.

Indescritível a sensação de estar "na boca do lobo" e pensar: "É agora que isto vai entrar em erupção"!
A Natureza é uma coisa incrível:)




sexta-feira, 25 de abril de 2014

Tailândia, o país das "primeiras vezes" #1 - Muay Thai

A Tailândia está a revelar-se o país das novas experiências. Estávamos em Chiang Mai há um par de horas e um folheto na rua anunciava um combate de boxe (estilo tailandês) para essa mesma noite.
Foi a primeira vez que assisti a algo do género. Cheguei ao local e parecia que estava numa actividade ilegal: beco escuro, bares cheios de prostitutas (e ladyboys também), ringue tipo jaula no centro do recinto, brancos acompanhados de bebidas alcoólicas e dealers a acenar com notas à espera de apostas...

A noite prometia! Foi com um misto de perplexidade e choque que vi os dois primeiros lutadores. Não passavam de miúdos, tinham no máximo 12 anos!
O Muay Thai é quase um "vale tudo", por isso foi duro assistir aos primeiros socos. Senti-me envergonhada de estar ali a assistir/apoiar esta barbaridade. Ao fim de 3 rounds um dos rapazinhos foi vencido por knockout e saiu do ringue todo pisado e a coxear.
Sei que eles começam cedo na vida a treinar para serem bons lutadores, mas acho que não deviam ser expostos aos olhos ávidos dos espectadores numa idade tão tenra!

Os combates seguintes já foram mais fáceis de se ver, com adultos a lutar entre si. No entanto, o impacto das pancadas era exponencialmente maior! Antes do apito inicial os lutadores seguem uns rituais de aquecimento à volta do ringue e até foi bonito de se ver:)

O combate feminino foi excelente com uma americana mais madura a vencer por knockout uma tailandesa mais certeira.

A ultima luta entre um russo e um "animal" tailandês ia acabar mal. O desgraçado soviético já tinha levado pancada em tudo que era sítio. Já havia um olho negro e sangue no nariz. Após um ataque mais forte: "Bang!" (até a mim me doeu) o russo já coxeava e já não sabia onde se meter!
No fim do segundo round disse que estava lesionado e desistiu. Acho que deve ter visto a vida dele a andar para trás!

Apesar da violência, o muay thai é um dos desportos mais populares do país e por todo o lado se vêem escolas onde se pode aprender a arte.




quinta-feira, 3 de abril de 2014

Great Ocean Road

Austrália é sinónimo de roadtrips. É um país enorme (do tamanho da Europa) e cheio de coisas diferentes de estado para estado. 
 
Já tínhamos decidido alugar um carro e percorrer grande parte do país, mas depois, assim caído do céu apareceu uma oportunidade única! No Gumtree (site do género do OLX) alguém procurava companhia para dividir as despesas do carro entre Adelaide e Melbourne.
O que nós não sabíamos é que o carro em questão era uma carrinha amarela Ford de '76 toda modificada, onde cabiam 10 pessoas e sem janelas, como se estivéssemos num Safari a ver os animais:)

Carinhosamente, chamamo-la de Yellow Magic Bus (YMB)!

A Great Ocean Road, na minha opinião devia ser feita pelo menos uma vez na vida!

É dos trajectos mais bonitos que já fiz, quase sempre à beira-mar. 

O ambiente é muito descontraído, encontram-se boas praias e boas ondas mas também florestas verdes.

Fizemos este trajecto em 5 dias, sempre a acampar e na companhia de mais pessoas. Com o Bruno (australiano e dono do bólide) vinha já em viagem o Isak da Noruega. Em Adelaide juntamo-nos nós e a Camille da Bélgica. A meio do percurso, "encontramos" um casal alemão, o Nills e a Sarah, cujo carro tinha avariado e não tinham outra maneira de chegar ao destino.


Infelizmente, o S. Pedro não foi muito nosso amigo pois tivemos tempo chuvoso a maior parte do caminho, e convém dizer que viajar sem janelas não é uma coisa muito agradável. 
Acampar também não!

Mas o saldo foi super positivo! 

Mesmo com mau tempo, foi lindo, imagino se estivesse sol!

Vimos alguns cangurus brancos, paisagens magníficas, praias de areia branca, caves com animais fossilizados, cascatas no meio de parques naturais e uma estação de comboio desactivada que dividia dois estados. 

Vimos também coalas nas árvores e uma floresta petrificada, tivemos uma avaria no nosso YMB, jantamos uma deliciosa carne de canguru e perdemo-nos de amores pela costa sul australiana.

A chegada a Melbourne (com sol) foi espectacular, a atravessarmos a ponte sobre o movimentado porto da cidade.

Era então tempo de despedidas. O Bruno seguiria para Sydney com o seu YMB, a Sarah e o Nills voltariam à Alemanha nos dias seguintes, a Camille já tinha trabalho em Melbourne. Nós e o Isak ainda nos encontramos no dia seguinte, mas também ele seguiu viagem pouco depois.

A nossa aventura iria também continuar mais tarde, mas não sem antes explorar a cidade de Melbourne ao máximo:)
Piccanninie Ponds
 
Great Ocean Road - The Razorblade

 

  
Estado de Victoria à esquerda (poste de madeira)
Estado de South Australia à direita (poste de betão)
Otway National Park
 
Great Ocean Road - 12 Apostoles
Hopetoun Falls
Coalas em estado selvagem

 
Beech Forest
Great Ocean Road perto de Apollo Bay
Bells Beach
Cangurus brancos em Bordertown
 Antiga estação de comboio em Serviceton
Naracoorte Caves

 
Great Ocean Road perto de Lorne

 
Cape Bridgewater

 
Mount Gambier
The YMB Team